Superar um 'quase algo' foi mais difícil que admitir que não era amor — era carência.
Ego. Uma palavra tão pequena com um significado gigante. “Eu mesmo” — a parte de nós que tenta mediar nossos impulsos e o mundo exterior. Mas se você não tem controle, ele te domina.
A partir dessa palavrinha, começamos nosso texto sobre outra: amor. Também pequena, também intensa. E, quando se junta com o ego… nasce um desastre. O meu desastre — romântico e pessoal.
Eu tinha certeza de que estava apaixonada. Que era recíproco. Que, mesmo com tantos impedimentos, ele (vamos chamá-lo de Princeso) só estava esperando o momento certo pra vir e me conquistar — eu, a Princesa.E adivinha? Passaram três anos. E nada.Porque não tinha nada pra acontecer. Nem dele. Nem de mim.Por mais que, na minha cabeça, houvesse sinais de que seríamos felizes em alguma realidade paralela da minha psique.
Convencer-me de que Princeso me queria foi fácil. O difícil foi encarar que tudo era só ilusão. Uma ilusão construída pela minha carência, alimentada pelo meu ego cego e temperada com uma baixa autoestima que não enxergava o óbvio: era uma cilada.
Superar isso foi pior que choque térmico.Porque doeu no ego. Doeu no coração. Doeu nas cenas românticas que eu criei sozinha. E o Princeso? Hoje não passa de um desconhecido que só acena quando passa por mim.
Uma cilada tripla: um cara mal intencionado, carência à flor da pele e autoestima arranhada. Pra sair disso, só com muito blá-blá-blá — desabafando até esvaziar a alma. Falando até cansar a língua, até secar as cordas vocais. O remédio? Falar. Se afastar. Esperar. Mas passa.
E quando passa, você ri da própria loucura — e volta a ver a vida colorida de novo.